BEATLES, REALIDADE E FICÇÃO

O filme Yesterday teve recepção morna no Brasil. Deve ter decepcionado muitos beatlemaníacos. O documentário Get Back, ao contrário, extasiou os fãs da banda. O primeiro parte de uma premissa exasperante para quem gosta da música de John, Paul, George e Ringo: e se os Beatles não tivessem existido? O segundo é um mergulho na intimidade do grupo. Para o fã, a realidade é muito mais valiosa do que a ficção.
A história real da separação dos Beatles é dissecada no extenso filme que Peter Jackson, diretor da trilogia O Senhor dos Anéis, montou a partir das gravações feitas em 1969, quando o grupo gravava o disco Let it Be. E essa história é repleta de reviravoltas, mágoa, ressentimento, hostilidades. Acusações de lado a lado. Até hoje se discute quem, de fato, teria tomado primeiro a decisão de terminar com a banda.
O filme é um retrato da irmandade que os Beatles foram, antes de tudo terminar, para nunca mais o grupo se reunir (como é corriqueiro entre as bandas de hoje, sempre dispostas a sair excursionando em revivals nem sempre bem-sucedidos). Let it Be, o filme, mostra um casamento entre quatro pessoas se desfacelando, chegando ao fim, ainda com ternura e momentos de genuína felicidade, por certo, mas com a certeza firmada de que nada mais seria como antes – e que a separação estava próxima.
And in the end...o amor que você recebe é igual ao amor que você dá. A última lição dos Beatles, juntos.

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